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Orbia e Itaú BBA lançam solução de crédito para estimular compra de insumos

A Orbia, maior plataforma de vendas de insumos do agronegócio brasileiro, e o Itaú BBA anunciaram o Orbia Pag, meio de pagamento digital exclusivo para o marketplace. A novidade entra no segmento de cessão de recebíveis e chega à plataforma a partir de março.

O objetivo é financiar a compra de insumos de forma ágil, semelhante aos serviços oferecidos pelas agfintechs. Os produtores terão um limite pré-aprovado e até 12 meses para pagar — a cobrança é feita em parcela única, via boleto, no fim do prazo contratado. Já os distribuidores recebem o valor à vista, três dias após aceitar o pedido e enviar a nota fiscal.

Adriana Iwassaki, diretora financeira da Orbia, afirma que o agronegócio necessita de novas formas de financiamento, já que o crédito rural subsidiado no Plano Safra atende cerca de um terço da demanda. “E o processo moroso e burocrático [para conseguir crédito] é uma dor que a cadeia sente”, destacou.

Durante o projeto-piloto que deve durar um mês, o limite será fixo em R$ 500 mil por produtor e a taxa também será padrão. Depois, esses números serão personalizados de acordo com o perfil de risco de cada agricultor.

Produtores cadastrados na plataforma não terão de dar garantias para obter financiamento ou enviar documentos. Todo o risco de inadimplência é assumido pelo banco. “Esse é um primeiro produto, mas no futuro podemos lançar outros em que atrelar uma garantia signifique condições melhores”, disse Pedro Fernandes, diretor de agronegócios do Itaú BBA, a jornalistas.

“Não importa se ele está comprando na revenda A ou B, é um atributo do negócio dele. Usaremos dados das transações feitas anteriormente na Orbia, que o produtor vai autorizar, informações públicas e aquelas que temos por termos 70 milhões de clientes no Brasil”, explica Fernandes. A carteira de agro do Itaú somou R$ 75 bilhões no ano passado.

A criação do Orbia Pag e a entrada do Itaú no quadro societário da Orbia — ainda pendente de aprovação pelo Banco Central — não significam o fim das opções de pagamento que já existiam na plataforma, como barter e empréstimos via fintechs. “Acreditamos que a única forma de uma plataforma como essa funcionar é ter parceiros variados”, realça Fernandes. Ele lembra que, apesar de a Bayer ser majoritária, produtos de concorrentes da gigante alemã também são vendidos no marketplace.

A Orbia movimentou R$ 2,4 bilhões no ano passado, mais que o dobro dos R$ 930 milhões de 2021. Moreno explica que esse montante envolveu apenas 5% dos 250 mil usuários cadastrados na plataforma. “Dá para imaginar o potencial de crescimento”, diz. No Brasil, a plataforma ganhou 60 mil usuários em 2022, chegando a 230 mil — estes detêm 75% da área plantada no país.

“O centro do nosso crescimento é a mudança de hábito do produtor rural. Nós damos a ele a condição de fazer o que ele já tem feito nos últimos 100 anos, só que através de uma mídia diferente”, destaca o CEO da Orbia, Ivan Moreno. “Acreditamos que a inclusão de novos meios de pagamento vão atrair mais usuários e distribuidores. Porque é uma opção interessante para financiar o produtor sem comprometer o seu caixa.”

Fonte: Valor Econômico