A cajucultura do Nordeste possui importância significativa na geração de emprego e renda bem como na oferta variada de uma gama de produtos alimentícios. Além disso, os estados produtores se beneficiam de uma planta que produz em meio à entressafra enquanto culturas alimentares tradicionais se veem às voltas com as limitações trazidas pela escassez hídrica.
Gustavo Saavedra, chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, destacou a importância do cajueiro-anão para a cadeia produtiva. Em 2023, a tecnologia completa 40 anos de sua introdução no País. Os clones são plantas com as mesmas características genéticas que passaram por melhoramentos, a fim de formar mudas de qualidade. Por causa disso, a adoção dessas cultivares é uma medida estratégica para a revitalização da cajucultura.
Além disso, é preciso que haja maior aproveitamento do fruto. Da maneira tradicional como a logística industrial da cajucultura foi montada, a amêndoa é, efetivamente, o grande produto advindo do caju. O pedúnculo, por sua vez, mesmo representando 90% do fruto, é pouco utilizado pela indústria, sendo aplicado na produção de sucos. “A proposta da Embrapa é mudar o olhar e passarmos a ter um aproveitamento integral do que o cajueiro nos entrega. Ou seja, não aproveitar apenas a castanha, mas também o pseudofruto do caju”, complementa.
Com versatilidade, o pedúnculo apresenta potencial no mercado podendo ser consumido em sucos concentrados, cajuínas e doces. Em 2022, foram produzidas no Ceará 818.569 toneladas de pedúnculo de caju, sendo 472.527 toneladas advindas de cajueiro-anão.
Além desses derivados há o caju de mesa, que agrega não só valor à cajucultura, mas também possibilita que os consumidores tenham acesso ao fruto in natura. Em 2022, foram produzidas 14.809 toneladas de caju de mesa, número 9,5% maior que o do ano passado.
Fonte: Nordeste Rural