O temperamento amigável dos carneiros e a sua indiscutível utilidade econômica fizeram da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da civilização, acreditando-se que tenha ocorrido antes de 4000 a.C., na Ásia Central. Ao longo do tempo, foram ocorrendo adaptações em função do clima, solo, disponibilidade de água, alimento e utilização econômica, de tal forma que hoje se estima a existência de mais de 1.400 raças de ovinos em todo o mundo.
As raças de ovinos estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempenham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovinos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de pelos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos. Com a evidência da utilidade da lã sobre o pelo, foi sendo realizada progressivamente a seleção para sua obtenção. No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores, sendo um dos países com um grande contingente de ovinos.
As condições básicas para a criação, além da escolha cuidadosa da raça, são o clima, solo, pastagens, aguadas, condições de mercado, não esquecendo também a boa capacidade técnico-administrativa do criador e habilitação dos empregados.
O clima mais propício para a criação de lanados é o temperado frio em latitudes de 250 a 400 Norte e Sul; a baixa latitude pode ser compensada pela altitude. A temperatura adequada está entre 22 e 25ºC, com umidade relativa entre 55% a 70% (em altas temperaturas) e 65% a 91% (em baixas temperaturas). A precipitação pluviométrica anual deve estar entre 4.900 e 1.400 mm. Os deslanados apreciam regiões quentes e secas, com chuvas entre 500 a 2.000 mm.
Quanto ao solo, suas características são importantes para a escolha da raça a ser criada. Raças mistas são mais exigentes e devem ser criadas em planícies e vales férteis, com solo permeável. Solos pobres, com baixo valor nutritivo, podem ser utilizados para a criação de raças mais leves, produtoras de lã ou deslanadas. O solo precisa ser corrigido, drenado e deve haver bastante sombra nas áreas de pastagem, pois a radiação solar direta causa efeitos nocivos ao conforto térmico do animal.
Já a alimentação, tem-se como ideal a pastagem rasteira, abundante e de boa qualidade. Em boas pastagens, com manejo rotativo, podem ser mantidos dez animais por hectare; em pastos mais pobres, de uso contínuo, a capacidade é de três cabeças por hectare. Os ovinos também consomem as plantas infestantes do pasto, inclusive a que não é consumida pelos bovinos. Na época de escassez de pasto, é necessário complementar a alimentação com forrageiras de inverno, como a aveia e o centeio, alimentos concentrados e mistura mineral.
Para a formação de piquetes utilizar gramíneas rasteiras, de hábito prostrado e decumbente, se possível consorciadas com leguminosas. Os ovinos ingerem de três a quatro litros de água no inverno e de cinco a seis litros no verão. Por isso, a propriedade necessita possuir aguadas sem poluição, com fundo pedregoso ou arenoso. Na falta de cursos de água naturais devem ser construídos bebedouros conforme a necessidade e o tamanho do rebanho ovino.